domingo, 9 de março de 2014

Filme da semana: Hitchcock


  Época de Carnaval é ótima para atualizar os filmes. Dos vários que eu vi (estão lá no meu Tumblr) eu fiquei com vontade de escrever sobre Hitchcock, que conta sobre os bastidores da filmagem de Psicose:


   O cartaz já anuncia o que filme vai mostrar: A obsessão de Hitchcock em contar essa história e como ela não aconteceria sem a ajuda de sua esposa, Alma. O filme inicia com o lançamento de "Intriga Internacional" (ótimo filme por sinal) e mostrando como o diretor lidava com as críticas nem sempre positivas, chegando mesmo a indicar que era hora de se aposentar. Nesse momento ele passa a procurar uma nova história para filmar e entre todas que poderia fazer, ele acaba escolhendo o livro "Psycho" que contava sobre Ed Gein, um dos Serial Killers que mais inspirou filmes ("Silêncio dos Inocentes", por exemplo).
   Saio um pouco do filme para uma reflexão. Após Ressler (responsável pela unidade de ciências do comportamento do FBI) cunhar o termo Serial Killer na década de 70, esses assassinos tem cada vez mais projeção na mídia. É só pensar nos filmes de suspense e nas séries de TV mais assistidas, como Criminal Minds ou The Following, para entender que fascínio é esse que Hitchcock teve ao querer transpor para a tela uma história de assassinatos através do fictício Norman Bates. Eu tenho um livro que gosto muito, "Homens maus fazem o que homens bons sonham"; e acho que é um pouco disso, o que se passa na cabeça de um assassino? Como ele escolhe a vítima? Por que ele fez isso? Um outro exemplo de obsessão pelo assassino foi o autor Truman Capote, que quase surtou ao escrever "A sangue frio", num misto de admiração e asco ao descrever uma chacina ocorrida na década de 50.
 

   Para realizar o filme, Hitchcock precisou hipotecar sua casa, negociar com a censura da época, lidar com suas dificuldades matrimoniais e ainda, conter sua obsessão com suas atrizes loiras. Mostra também o rancor guardado por ele em relação a Vera Milles que abandonou a produção de "Um corpo que cai" ao descobrir que estava grávida. Numa cena de "Hitchcock", ela comenta que até a cor do cabelo ele quer decidir (ela era morena). Alfred e as loiras...Isso já é sabido e até meio mitificado, mas o filme mostra como ele lidava com tal admiração e como isso interferia em sua relação com Alma, um ponto fortíssimo da história, diga-se de passagem.
   As cenas da Helen Mirren e Anthony Hopkins são excelentes e passam bem a relação estabelecida entre o casal, entre o distanciamento, admiração e dependência de Hitchcock às palavras e orientações de Alma. Não me lembro de outro filme ter mostrado tão bem como ela organizava as ideias que ele tinha, e era isso, um gênio que precisou de orientações e assim conseguiu lançar um dos melhores filmes que eu já vi! Psicose é bom do inicio ao fim, da história, música e final!


   Essa montagem que eu encontrei na internet mostra a transformação de Hopkins em Hitchcock, eu achei muito bem feita. Alias, desde o inicio do filme ele referencia o diretor, seja parecendo um episódio do clássico seriado "Alfred Hitchcock Presents" ou mostrar a silhueta do diretor, ele consegue apresentar uma faceta ainda não apresentada nos cinemas dessa grande figura.
   Nossa, ficou comprido, mas esse é o último parágrafo! Assim como Hitchcock nunca ganhou um Oscar pelos seus filmes, este filme também foi esquecido pela Academia, apesar do bom roteiro, o elenco bem entrosado, o figurino bem feito e a maquiagem, como eu mostrei acima, ser muito realista. O filme só foi indicado nessa categoria e perdeu para "Os miseráveis". Bom filme, eu recomendo; deixo a ficha técnica e o trailer a seguir:
  • Hitchcock - Hitchcock (2012)
  • Direção - Sacha Gervasi
  • Roteiro - John McLaughlin
  • Elenco - Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansen, Toni Collette, Jéssica Biel, James D'Arcy
  • Duração - 98 minutos
  • Gênero - Drama, Comédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sejam bem vindos!
Adoro receber comentários, sugestões, dicas...