Acabei de assistir "A cidade das crianças" e
fiquei com vontade de escrever. Quando fui escolher um filme para assistir
nesse fim de domingo eu queria algo leve, e, de certa forma acho que atingi meu
objetivo, desde que você não leve o filme a sério.
(peguei a imagem do pôster no site GS filmes)
A abertura com as brincadeiras que as crianças aprontam,
toda feita em animação é realmente um primor. Mas é isso, o cenário é bonito, o
figurino dá aquela sensação de retrô, com toques modernos e a inexistência de
algumas modernidades.
A história se desenrola em Timpelbach, uma cidadezinha
francesa perto da fronteira, onde as crianças aprontam sem parar e os adultos
não sabem mais o que fazer para educá-las. Qual a solução? Eles fingem
abandonar a cidade para lhes dar uma lição. Apesar dessa vibe “senhor das
moscas” o filme não aprofunda em questões mais sérias, como por exemplo, dizer
que as crianças não são educadas e não olham para como eles as educam. As
crianças “problema” ou apanham do pai ou a mãe não acolhe ou recebem o chapéu
de burro da professora. E o problema é das crianças... Qualquer semelhança mera
coincidência com o mundo real.
Não é um filme que prende a atenção de uma criança e não
satisfez a minha curiosidade de como crianças cuidariam de uma cidade. Tem a
euforia inicial, mas as soluções são muito rápidas e muito polarizadas entre a
turma da cidade e os “vikings” (péssima tradução), além de fazer gracinhas que
não precisa. Pensei que fosse aparecer de forma mais clara a tomada do poder das crianças, em como utilizam da violência e do medo para governar, e não uma paródia do mundo adulto no clube Leão Dourado. Outro ponto foi a superficialidade com que o personagem Thomas é desenvolvido (o único que sabia do plano dos pais, sendo que ele é órfão).
O que eu mais gostei foi da relação entre Barnabe e
Charlote, duas crianças que se comunicam através de sinais, sem nenhuma
distinção entre eles, tem muito adulto que precisaria aprender.
Enfim, é um filme bonitinho para o final de domingo, mas se
esperavam um filme mais aprofundado sobre como as crianças ficam sem as figuras
de autoridade e sem regras é melhor ir atrás da sugestão que eu dei lá em cima,
“O senhor das moscas”.
Segue a ficha e o trailer:
- A cidade das crianças - Les Enfants de Timpelbach (2008)
- Duração - 95 minutos
- Diretor - Nicolas Bary
- Elenco: Raphaël Katzm, Adèle Exarchopoulos, Léo Legrand, Baptiste Bétoulaud, Lola Créton, Gérard Depardieu
- Gênero - Aventura
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sejam bem vindos!
Adoro receber comentários, sugestões, dicas...