Assim como o filme passou a ser da semana e não só do domingo, a dica também agora é semanal e não só de 5a...
Há
muitos anos atrás, quando entrei na faculdade, uma mocinha estava na sala
falando sobre neurônios. Achei que fosse a aula trote, mas não, a mocinha era
nossa professora e mandava muito bem!
Por
que eu estou escrevendo sobre isso? Tenho estudado Neurospsicologia e ficado cada
vez mais fascinada pelo nosso sistema nervoso. Nesses estudos sobre
funcionamento, localização, plasticidade neural e blá blá blá eu me lembrei de
um livro genial que eu preciso indicar por aqui!

Ele
começa assim ao falar sobre Perdas: “A palavra favorita da neurologia é
déficit, significando deterioração ou incapacidade de função neurológica:
perda da fala, perda da linguagem, perda da memória, perda da visão, perda
da destreza, perda da identidade e inúmeras outras deficiências
e perdas de funções (ou faculdades) específicas. Para todas
essas disfunções (outro termo muito empregado) temos palavras
privativas de todo tipo — afonia, afemia, afasia, alexia, apraxia, agnosia, amnésia,
ataxia —, uma palavra para cada função neural ou mental específica da qual
os pacientes, em razão de doença, dano ou incapacidade de desenvolvimento,
podem ver-se parcial ou inteiramente privados.” Mas ele trabalha as possibilidades, os desafios, as vivências, não só a impossibilidade...

Olha só ele dando pinta... Ah esses vôs...O
livro traz 24 casos clínicos, divididos por classes de problemas neurológicos que
podem parecer absurdos, mas são reais e servem de inspiração para várias séries
que fazem sucesso, como Grey´s Anatomy e principalmente House!
A
ligação e empatia que Oliver Sacks, o autor/neurologista, possui com seus
pacientes e suas histórias são tão fortes que já rendeu muitos e muitos livros,
além de filmes e de lecionar no Albert Einstein College of
Medicine (Nova York).
“Ah, mas que coisa mais chata Madame!” Chato nada, é
incrível como o autor escreve de forma a intrigar o leitor a descobrir o que
acontece em cada uma das histórias e não apenas dos diagnósticos que estão ali
descritos. São histórias de superação, de surpresas, de dificuldades, é vida
real, ou não é?
Ele custa por volta de 52 reais e fica a dica para os outros
livros escritos por ele! Eu quero muito ler seu último lançamento, “O olhar da
mente”, em que meio a algumas histórias ligadas a problemas de visão ele conta
sobre a sua dificuldade após um melanoma que o deixou sem enxergar com o olho direito. Caso tenha interessado, tem essa entrevista feita pela Época que está super boa:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI189034-15220,00.html
Antes de deixar a indicação completa do livro, queria dizer que ele tem um
blog, e é ótimo! Vale passar por lá!
“O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”, Oliver
Sacks, 1985 – Companhia das Letras