O comprei já algum tempo e sempre o releio quando possível e nesta semana tive o prazer de rever as histórias de Marjane Satrapi, uma iraniana que vivenciou as mudanças culturais do início dos anos 80 em seu país, além de guerra, opressão religiosa e outras tantas histórias.
Eu tenho essa edição completa, da Companhia das Letras, que originalmente foi publicada em 4 volumes. Aliás, e vou até me corrigir, é uma graphic novel e não quadrinhos. A história é autobiográfica e desenhada pela própria Marji, como ela mesma se chama ao longo da história. Aos 10 anos ela viu sua vida mudar, seu colégio, seus hábitos passaram a ser proibidos, o seu país não era mais por ela reconhecido. Familiares e amigos passam a sumir, e depois de algum tempo seus pais decidem mandá-la para a Áustria, uma vez que a vida no Irã estava cada vez mais restrita para uma garota que fora criada de uma forma tão liberal, aos olhos da Revolução é claro. Mais tarde ela volta para o Irã...
Essa é a história, de uma garota em desenvolvimento que não se encontra em seu país de origem e sofre ao ser uma estrangeira na Europa. Várias histórias de sofrimento, confusão e dificuldades em formar sua identidade. Para onde fosse, ela não se sentia compreendida.
Não vou contar tudo, mas preciso falar que o traço é rústico, e isso traz a beleza da história, proucos traços e muito conteúdo:
Entenderam o que eu falei sobre o traçado?
O título faz alusão à primeira capital do Império Persa, fonte de muito orgulho para Marjane (que atualmente vive em Paris), que aliás, já que aqui majoritariamente eu falo de moda, posso dizer que ela é muito estilosa:
Eu gosto muito, é uma daquelas experiências em leitura que você para um pouco, imagina, ri, chora e sonha junto com a personagem. Eu, que gostei muito como vocês podem ver, recomendo o filme também, produzido e dirigido por ela e que ganhou muitos prêmios pelo mundo, mas perdeu o Oscar em 2008. Por fim, deixo os dados para quem quiser ter a sua edição e o trailer do filme:
- Persépolis - 2007
- Autora - Marjane Satrapi
- Tradução - Paulo Werneck
- Companhia das Letras
- 352 páginas
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